quinta-feira, 8 de novembro de 2012

[Entrevista] Prof. Dr. Edson Alex Arrazola Iriarte

Primeira entrevista na íntegra com o professor Dr. Edson Alex Arrazola Iriarte. Vindo de Santiago - Chile para o Brasil em 1995. Atualmente reside em Campinas-SP mas toda semana frequenta a Grande São Paulo, especificamente a região do ABC onde se encontra a UFABC.


Entrevista:






Ressaltamos os pontos principais da entrevista:


"O que a gente houve falar de São Paulo é que é uma grande Metrópole, a maior aqui da América do Sul. A ideia que nós temos, embora seja uma cidade muito grande, é que ela deveria também ao mesmo tempo ser grande no oferecimento de serviço a população, isto é, no serviço de transporte, serviços básicos. (...) Eu tinha um irmão que veio aqui passar uma temporada na USP, então ele falava muito de São Paulo, ficava encantado com São Paulo"


"Quando cheguei aqui no Brasil, eu via uma certa diferença entre o que era Santiago e o eu era São Paulo, São Paulo muito maior certamente, bem maior. Mas o que me chamou muita atenção é que muitas coisas aqui não funcionavam como funcionavam em Santiago, por exemplo: eu não tinha supermercados aberto aos domingos (...) E nos bancos também, os horários dos bancos me chamou muita atenção porque lá na Bolívia inclusive o atendimento começa as oito horas da manha, não é como aqui que começa as dez horas e três e meia você já tem que estar fugindo, lá fecha as 5 da tarde. (...) quantidade de gente, quantidade de carros, quantidade de avenidas, trânsito; essa então foi a minha primeira impressão."

"Pra mim (São Paulo) é a porta para sair do país quando vou visitar a minha família. (...) O sonho que eu tinha antigamente, quando era mais jovem – quando eu cheguei aqui mesmo – é que derrepente São Paulo seria a cidade ideal para você levar uma vida cultural muito bem servida, porque São Paulo oferece tudo. No entanto aos poucos eu fui me desencantando principalmente pelo como é complicada a vida em São Paulo, trânsito, quantidade de gente e o sistema de transporte, embora o metro funcione bem dentro de suas limitações eu acho que o metro não satisfaz a demanda que existe em São Paulo."

"Uma coisa que me chamou muita atenção são as poucas áreas verdes em São Paulo comparado com a minha cidade (...) Existem os parques mas se restringem ao Parque Ibirapuera. (...) esperava encontrar mais áreas verdes, eu acho que isso pra mim me impactou: a população não ter acesso a parques – e com segurança – pois os que tem não oferecem muita segurança."


"Acho isso lamentável (congestionamentos), pois eu uso muito a Marginal Tietê, e como se consome energia nesses engarrafamentos gigantes, combustível que está sendo consumido e que polui a cidade também. (...) Venho de ônibus pois é mais tranquilo, posso aproveitar mais o tempo, embora demore, mas posso aproveitar mais o tempo do que dirigindo ou enfrentando engarrafamentos na avenida dos Estados."


"O que me impressiona positivamente, o que eu gosto – o que a cidade oferece - são coisas que a gente vai percebendo aos poucos; se oferecem bibliotecas nas estações de metrô, você não precisa fazer nada, só uma carteirinha. Nos lugares que morei foram poucos, mas eu não vi isso, esse incentivo a leitura nem uma estrutura criada para estimular a cultura, acho isso fantástico. Bom, e você pode encontrar em São Paulo o que você quiser: shows musicais, arte, teatro, musicas clássicas."

"Hoje em dia São Paulo não é aquela São Paulo que eu conheci quando vim, minha primeira estada foi no ano de 95. Então deste tempo para hoje, São Paulo disparou (...) Hoje São Paulo é gigantesca, naquela época era uma época de crise, um pouco de renascimento do período da ditadura em vários países, e isso deixou estagnado muitas coisas e São Paulo principalmente." 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário